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2º PRATA DA CASA | CONHEÇA OS FINALISTAS: LU OTTO — CATEGORIA POEMA

  • Foto do escritor: Casa Brasileira de Livros
    Casa Brasileira de Livros
  • 17 de jul.
  • 2 min de leitura
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SOBRE A AUTORA


Lu Otto é uma artista e escritora que enxerga o mundo como um imenso palco de possibilidades. Nascida em Curitiba e atualmente radicada em Los Angeles, sua jornada criativa já percorreu galerias de Londres, Nova Iorque, São Paulo e sua cidade natal. Com um olhar que captura a essência dos detalhes, suas obras mergulham em memórias fragmentadas, tecendo narrativas poéticas. Certificada em Mixed Media pela Central Saint Martins e doutora em Retórica, Lu desafia as fronteiras entre palavra e imagem, entre o visível e o imaginado.

Coautora de livros como Fragmentos de Memória e Retórica do Opressor, ela explora as nuances do medo, da opressão e da lembrança, enquanto seu livro-arte Vagueia, publicado em 2023, traz a poética das caminhadas — uma dança entre corpo e pensamento.

Seu mais recente trabalho, Poesia Oráculo, entrelaça arte e intuição, propondo ao leitor uma escuta simbólica do mundo. Com poemas que funcionam como espelhos móveis, o livro convida à leitura como rito, onde a palavra se abre ao acaso e ao sentido, criando um campo poético de respostas possíveis — não para certezas, mas para despertar o que já habita em silêncio dentro de nós. A obra acompanha um conjunto de cartas de linogravuras criadas manualmente pela própria artista, transformando o livro em experiência sensorial e simbólica.



O CONTO FINALISTA


Poemário em Branco


Névoa densa, véu do amanhecer,

desliza em toque sutil sobre a terra.

Salga o contorno da cidade,

torna onda o orvalho.


Entre cortina e janela, um fractal:

poeira cósmica dança no feixe,

cintilam miúdas constelações

no vão da penumbra.

Poesia.

O caminho se estende em geada.



Lá estou —

na araucária debulhada em pinhão,

na fumaça espessa do brodo

Há Ela, vestida em pássaros,

fitando meus olhos.

Seu assobio é lâmina que esfria nervos.


As sílabas espalham-se como flores minúsculas,

pontos que quase não são.

A véspera da palavra é verde,

eucalipto esbranquiçado:

sem paredes, sem forma,

um vibrar ensurdecedor.


Plumas de seda oscilam,

trêmulas, quase invisíveis.

No fundo, o reflexo das águas

revela inquietudes.


O outono se desfaz —

cinzas de sonhos esquecidos

pairam na memória, um rastro,

afugenta-se no horizonte.

Véu translúcido envolve as árvores,

trajando a paisagem de ruído celestial.

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