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2º PRATA DA CASA | CONHEÇA OS VENCEDORES: CLAUDIA GALVÃO — 3º LUGAR CATEGORIA POEMA

  • Foto do escritor: Casa Brasileira de Livros
    Casa Brasileira de Livros
  • 12 de jul.
  • 2 min de leitura
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SOBRE A AUTORA


Claudia Galvão, 62 anos , nasci e moro em Santo André, SP

Cursei Letras, Comunicação Social e atualmente gestão de Marketing pela Universidade Metodista de São Paulo. Fui bancária e sindicalista no ABC na década de 80, trabalhei em assessorias de imprensa e na produção de jornais de entidades sindicais, partidárias e de bairro, mas optei pelo serviço público. 

Servidora pública concursada, hoje aposentada, sempre fui apaixonada pela escrita e literatura. Tenho poucos textos publicados, em antologias de contos e poemas.

Faço parte dos que acreditam no poder da arte, da cultura, da ciência e da educação como forças para dar ao ser humano dignidade e grandeza.

Participar e ser premiada neste concurso é um novo impulso de paixão pela existência. 




O POEMA VENCEDOR (3º LUGAR)


Setembro

                                                                                                      

Sem os vícios do corpo

nada seria desta tarde vermelha

desse setembro negligente

à espera de Júpiter.

 

Já não lamentamos a ausência de monstros

em nosso velho caminho:

temos agora escombros pegajosos

e as paredes do tédio ruindo sobre sorrisos.

 

Mas sem essa insolência nada seria das gaivotas

com seu voo raso no abismo das auroras

e elas vão embora

fazendo do tempo um despertar contínuo, 

um entorpecido gesto.

 

O tempo é qualquer canto incestuoso

que devora madrugadas 

e bate doendo no peito

como os sinos gastos das catedrais

(o tempo sangra o dorso da noite).

 

Pela manhã recolhemos restos de sonhos 

e nos perdemos, vermes de rotinas,

Devoramos frutos maduros, ferimos a terra

e nas tardes loucas apodrecemos:

somos sombras e restos de claridade,

ecos surdos da decadência coletiva.

 

Faz frio nesse pátio escuro e velho

as samambaias rastejam à procura de luz,

a fuligem das alegrias passadas

penetra as crateras do corpo,

porque somos tótens mal iluminados

navegamos sem ver o sol.

 

A lua acesa sobre nossos odores cobra dívidas de séculos

somos o pó exausto dos pântanos

devorando o que nos resta da vida,

a fibra ausente que se molha sob o orvalho

e nos queima os olhos e as bocas aflitas.

 

Nada esperamos senão a agonia do tempo

e nos perdemos

indigentes de nossa própria glória:

quietos e claros

como fogueiras noturnas nos campos de batalha...


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