2º PRATA DA CASA | CONHEÇA OS VENCEDORES: VALDINEI APARECIDO DE AVILA E SILVA (AXÉ SILVA) — 1º LUGAR CATEGORIA POEMA
- Casa Brasileira de Livros
- 14 de jul.
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SOBRE O AUTOR
Valdinei Aparecido de Avila e Silva (Axé Silva) ganhou o apelido que tanto gosta na faculdade. Geógrafo formado pela Universidade de São Paulo (USP), pós-graduando em Ciências Humanas pela PUC-RS e mestre da palavra no ensino e na escrita. Com mais de três décadas de experiência como professor de Geografia e Atualidades, atuou em diversas instituições de ensino de notável excelência. É também autor de materiais didáticos reconhecidos nacionalmente e responsável por formar milhares de estudantes ao longo de sua trajetória.
Além da docência, Axé constrói pontes entre educação, arte e pensamento crítico. Escritor, Ator, Locutor, Poeta e Compositor, investe numa linguagem sensível e provocadora, sempre em busca de novas formas de expressão. Reconhecido por seu estilo engajado e original, combina olhar geográfico e crítico com inquietação estética para pensar o mundo e transformá-lo.
Em 2024 o autor lançou na Feira Literária Internacional de Parati o livro Verso Horizonte (Mondru Editora). Também são de sua autoria os livros Hora Turva (Athos Editora) e Quimera (Editora Pedregulho). Também escreveu o infantil Rio Neblina (Caravana Grupo Editorial).
Em 2024, Axé Silva foi finalista do Concurso Nacional de Poesias Augusto dos Anjos, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Leopoldina (MG). Também, em 2024, foi finalista no 5º Prêmio Internacional Pena de Ouro, promovido pela Casa Brasileira de Livros.
O POEMA VENCEDOR (1º LUGAR)
O Ofício do instante
No fio da manhã, a luz engendra o caos,
tece o tempo em linhas tortas,
bordando o tecido ralo dos dias.
Cada respiro é uma trama frágil,
uma aposta no acaso,
uma faísca na vastidão.
A vida não se explica;
ela se inventa em mãos sujas de terra,
no riso que escapa da chuva,
no silêncio que grita enquanto dormimos.
É um barco que navega sem bússola,
seguindo o boato das marés.
Se faz na queda, no voo,
no tropeço que ensina a rir,
no olhar que encontra outro
e descobre um universo inteiro.
É canção desafinada ao vento,
um refrão que muda conforme o caminho.
Mas há um instante, imprevisto,
em que a vida se dobra sobre si mesma.
Um eco distante,
uma curva que revela o abismo.
Nesse ponto, o fio se rompe,
mas o tecido insiste em crescer.
E quando tudo parece desfeito,
uma flor absurda brota do impossível.
Não há lógica no florescer,
somente o pacto secreto
entre o nada e o ser.
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