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Depoimento de um Escritor
Sou R.Roldan-Roldan, escritor da alma aos testículos que arde na volúpia, na vertigem, na convulsão, no furor da escrita. Cidadão brasileiro nascido na Espanha, criado no Marrocos, de formação francesa. Carrego o cartesianismo gaulês, a paixão ibérica, a sensualidade brasileira e o exotismo do Oriente. Vivo para escrever e escrevo para viver – ou seja, para sentir-me vivo. Nada mais importante do que escrever. Antes mesmo do sexo e da comida – duas atividades fundamentais, símbolos de vida. Sou autor de 42 livros publicados (romances, novelas, contos, teatro, poesia, epistolar, reflexões) sendo, além da obra em português, dois em francês, um em espanhol e um em inglês. Sou essencialmente um escritor humanista, ou seja, o ser humano em primeiro lugar. E, pelo meu histórico e influência paterna, totalmente cosmopolita. E, claro, internacionalista. A minha narrativa alterna o surrealismo com o realismo. O onírico com o cru. A minha obra fala de exílio, deslocamento, identidade, sexo, liberdade, tempo, política, metalinguagem, silêncio e arte. Três dos meus livros foram premiados na Itália. Considero que o escritor não vem a este mundo para escrever baboseiras edificantes, alienantes, mas para inquietar, denunciar, subverter uma ordem social perversa. E certamente não morro de amores pelo conservacionismo provinciano, rançoso, nem pela religiosidade obtusa. Entre muitos outros, alguns dos meus escritores preferidos e que me marcaram: Arrabal, Bandeira/M., Baudelaire, Bukowski, Calvino/I., Camus, Hernández/M., Hesse/H., Eurípides, Kafka, Khayyam, La Rochefoucauld, Lautréamont, Lorca, Montherlant, Nassar/R., Neruda, Nietzsche, Perrault, Pessoa, Proust, Puchkin, Quental/A., Sá-Carneiro, Saramago, Shakespeare, Stendhal, Tagore, Talk/G., Tolstói, Ungaretti, Villon, Williams/T., Yeats. Dois romances: O Vermelho e o Negro, de Stendhal e Anna Karenina, de Tolstói. Duas peças: O Mestre de Santiago, de Montherlant e Calígula, de Camus. Fascinado pelo cinema, cuja influência se faz claramente sentir em minha obra de prosa e poesia, cultuo cineastas como Allen/W., Almodóvar, Angelopoulos, Antonioni, Arcand/D., Bellochio, Bergman, Buñuel, Ceylan/Nuri, Coppola, Demy/J., Erice/V., Fellini, Herzog, Kubrick, Kurosawa, Loach/K., Malle, Montaldo, Oliveira/M., Pasolini, Pontecorvo, Ray/Satyajit, Resnais, Rocha/G., Saura, Shindo/K., Tarkovsky, Von Trier/L., Visconti, Welles, Zurlini. Dois filmes (entre os dez melhores de toda a história do cinema): O Leopardo, de Visconti e O Ano Passado em Marienbad, de Resnais. O mais belo musical de todos os tempos: Os Guarda-chuvas do Amor, de Jacques Demy. Apaixonado por pintura, ela igualmente exerce influência em meus escritos: Behzad/Kamaleddin, Bosch/H., Brueguel o Jovem, Brueguel o Velho, Caravaggio, Chirico/G., Delvaux, Ensor/J., Foujita, Giotto, Goya, Greco/El, Hokusai/Katsushita, Hopper/E., Kano Sansetsu, Magritte, Malfati, Ma Yuan, Modigliani, Munch, Portinari, Rembrandt, Renoir, Rivera, Segall, Toulouse-Lautrec, Van Gogh e Vermeer entre outros. Duas pinturas: O Jardim das Delícias Terrenas, de Hieronimus Bosch e Gernica (grafia euskara), de Picasso. A música erudita, clássica e contemporânea, e a popular também tem um papel preponderante em minha obra. Meus romances, contos e peças têm “trilhas sonoras”, por assim dizer, que vão de Bach, Mozart, Beethoven e Verdi até Elomar, Chico Buarque de Hollanda, Geraldo Vandré, Léo Ferré, Georges Brassens, Jacques Brel, Barbara, Lluis Llach, Mercedes Sosa, Tom Waits e Joan Baez entre outros. Algumas singularidades biográficas: Destruí meus cinco primeiros livros depois de publicados, três na França e dois no Brasil. Tive uma infância conturbada, separado de meus pais. Meu pai, num país. Minha mãe, num outro país. E eu, num terceiro país. Viajei como passageiro clandestino, quando criança, sem meus pais, escondido num navio. Passei, com minha família, dez anos preso numa cidade-estado por sermos apátridas. Na penúria. Menino, para ganhar uns trocados, vendia pedaços de metais no depósito de sucata e jornais velhos. Chá verde com hortelã e chuparquia bebia e comia. Catava madeira para trocá-la por doces velhos numa padaria. E sonhava… E não perdia a esperança. E já escrevia. Trabalhei numa empresa aérea e conheci o mundo, inclusive o Afeganistão, onde fui confundido com traficante e detido por algumas horas. Gerente numa multinacional, larguei tudo para me dedicar à literatura. Passei fome literalmente falando. Mas liberto, assumi com orgulho minha paixão, minha liberdade, meu respeito por mim mesmo (deixei de ser puta do sistema) e fui, destemido, ao encontro do meu destino. Fiz da literatura um apostolado. Compulsivo e obsessivo, fui produzindo sem fazer concessões, longe de livros comerciais. A ficção foi se misturando com dados autobiográficos que tinham de ser exorcizados. Sim, os demônios me perseguiam e perseguem desde a infância. Alguns dos meus livros podem ser encontrados na Amazon e em sebos. Meu último livro lançado intitula-se A Luz Infinita do Silêncio (poesia) e pode ser adquirido na Casa Brasileira de Livros. Vem, leitor(a), ame-me. https://webwriters931186421.wordpress.com/
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