PENA DE OURO 2024 | CONHEÇA OS SEMIFINALISTAS: ROSANA BATISTA DOS SANTOS — CATEGORIA POEMA
- Casa Brasileira de Livros

- 12 de ago.
- 2 min de leitura

SOBRE A AUTORA
Rosana Batista dos Santos, uma aracajuana nascida em 30/12/1986, é formada em Letras Português-Francês pela UFS. Todo o seu percurso acadêmico começa na escola pública e é nesse campo onde hoje atua enquanto professora da rede estadual e municipal de ensino da capital sergipanaA paixão pelos versos começou na adolescência, quando ainda rabiscava seus sentimentos efervescentes em um caderno despretensioso.
Com o passar dos anos, a veia poética foi dando lugar a questões mais práticas, como os estudos e o próprio atropelo da vida. Mas a poeta ainda se manteve à espera de uma oportunidade para florescer. A primeira publicação de seus versos se deu no Caderno do Estudante (PROEST, 2006),em uma iniciativa da UFS para divulgar as produções científicas e culturais de seu corpo discente.
Sua escrita é intimista, reflete sobre as questões que angustiam a alma humana, como o tempo (ora lento, na maioria das vezes tão apressado), a fragilidade do viver, as possibilidades que não escolhemos e que poderiam ter sido e, fio condutor de todos os versos, o amor não correspondido e também vivido.
Foi durante a trágica pandemia do COVID-19, no entanto, que a autora finalmente pôde confrontar seus dilemas e refletir sobre a relação humana com o tempo e consigo mesma, O resultado dessas inquietações traduzidas se encontra na sua publicação intitulada Além do Tempo, antologia poética, lançada em dezembro de 2022 pela Editora SEDUC/SE. Em 2024 tornou-se membro da AFLAS (Academia Feminina de Letras e Artes de Sergipe).
O POEMA SEMIFINALISTA
Do lado de dentro
A saudade queima em mim, insistente,
um círio ardendo por intocáveis astros,
retorcendo as garras do Tempo que, impotente,
dá meia volta, fugindo sem deixar rastros
As chamas se alastram e o coração devoram,
o consomem, transformando em cinzas
até mesmo as lágrimas que ainda choram
E assim desfalece o coração, sufocado em sua desdita
Quando o corpo, devastado, recobra os sentidos
os olhos, turvos, não encontram o que lhes era querido,
Em meio à intempérie, as palavras não ditas
vêm pairando ao redor como fuligem, perdidas
Mas o Infortúnio que tudo corrói, sem escapatória,
não consegue avançar onde te guardei,em uma parte,
protegido pelo afeto que em minh’alma plantaste
e assim te carrego comigo, do lado de dentro,
no espaço da memória




Comentários