SOBRE O AUTOR
Daniel preferiu não compartilhar sua biografia.
O POEMA SEMIFINALISTA
Daqueles
O silêncio é aceito de bom grado,não haveria de ser mais natural.Nem todo louco se veste da mesma loucura,às vezes falta ausência em nosso cabedal.
Portanto, mantenho-me incurioso:após olharmo-nos no espelho por toda uma vidao refletido entrega-se bondoso,traz no semblante franco sua vida despida;
difícil, no entanto,não é reconhecer-se no reflexo sem esteio,mas tentar não se ocultar tantoda curiosa avidez pelo traço (àquela altura) alheio.
Permaneço, então, lasso.Embora me aborreça perseverar,a vida não erra o laço:nunca se ocupa do quem (que certamente será)
sem antes domar o quando,desenrolando seu potencial fio criadorpor dias, anos, um bom tanto.É sempre bom, mas também fadiga e dor.
Indiferente: fácil perceber que(como evitar “a gente”?) teriam eles(evito: nunca mais direi) amor estanque(já nem recordo o que dizia), daqueles.
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