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PRATA DA CASA | CONHEÇA OS SEMIFINALISTAS: ERNANI SSÓ

Foto do escritor: Casa Brasileira de LivrosCasa Brasileira de Livros



SOBRE O AUTOR


Ernani Ssó é o escritor que veio do frio: nasceu em Bom Jesus, RS, em 1953, numa tarde de neve. Em 1973, entrou para o jornalismo, porque queria ser escritor. Saiu em 1974, pelo mesmo motivo. Humor e imaginação são seus amuletos.


Publicação em livro:


Para adultos:

– QI-14, antologia de humor com participação de Luis Fernando Verissimo, Edgar Vasques, Santiago e outros. Editora Garatuja, l975.


– Barão de Itararé, biografia, Editora Tchê, l984.


– O Diabo a Quatro, romance, Editora Tchê, l985.


– O Sempre Lembrado, novela, IEL, l989.


– O Emblema da Sombra, romance, editora Artes e Ofícios, 1998.


Como o diabo gosta, romance, Cosac Naify, 2015.


Corvos na chuva, contos, Jovens Escribas, 2016.


Manual prático do escritor, ou como pregar sombras – Reflexões sobre a aventura de ler e escrever, Edições Mamute, e-book, 2019.


Lambida, romance, Edições Mamute, e-book, 2019.


A praga dos anjos, romance, Edições Mamute, e-book, 2021.


O emblema da sombra, romance, Edições Mamute, e-book, 2022.


Inferno pequeno – Faroeste gaúcho, romance, Edições Mamute, e-book, 2022.


Galo-de-briga, romance, Edições Mamute, e-book, 2023.



Para jovens:


– O Edifício – Viagem ao Último Andar, novela, Editora Mercado Aberto, 1997.


– Metrópolis, infantojuvenil, WS, 1998.


Makumazan, o rei dos elefantes, romance, e-book Amazon, 2019.



Para crianças:


– O Túnel de Letras e o Reino de Pedras, infantil, Editora Scipione, l995. Ilustrações de Eloar Guazzelli.


– Macacos me mordam!, série No tempo em que os bichos falavam – Narrativas do Folclore, Companhia das Letrinhas, 2006. Ilustrações de Florence Breton.


Amigos da onça, série No tempo em que os bichos falavam – Narrativas do Folclore, Companhia das Letrinhas, 2006. Ilustrações de Marilda Castanho.


Contos de morte morrida, série No tempo em que os bichos falavam – Narrativas do Folclore, Companhia das Letrinhas, 2007. Ilustrações de Marilda Castanho.


Contos de gigantes, série No tempo em que os bichos falavam – Narrativas do Folclore, Companhia das Letrinhas, 2008. Ilustrações de Nelson Cruz.


Castelos e Fantasmas, série No tempo em que os bichos falavam – Narrativas do Folclore, Companhia das Letrinhas, 2008. Ilustrações de Cárcamo.


Virou bicho!, série No tempo em que os bichos falavam – Narrativas do Folclore, Companhia das Letrinhas, 2009. Ilustrações de Renato Moriconi.


Com mil diabos!, série No tempo em que os bichos falavam – Narrativas do Folclore, Companhia das Letrinhas, 2010. Ilustrações de Edgar Vasques.


No escuro – Sete histórias tenebrosas de bruxa, Edelbra, 2012, ilustrações de Eloar Guazzelli.


No escuro – Mais sete histórias tenebrosas de bruxa, Edelbra, 2013, ilustrações de Eloar Guazzelli.


Les amis de jaguar, Éditions Ipagine, 2013, tradução de Alessandra Dourlé. Ilustrações de Marilda Castanho.


Diabos, ogros e princesas, Artes e Ofícios, 2013, ilustrações de Martina Schreiner.


As lendas urbanas da Morte, Alfaguara, 2015, ilustrações de Rodrigo Rosa.


Espertos, espertinhos e espertalhões, Edelbra, 2015, ilustrações de Rodrigo Rosa.


A saga do lobisomem sob um sol de rachar, Artes e Ofícios, 2016, ilustrações de Martina Schreiner.


Ogros, Aletria, 2020, ilustrações de Nelson Cruz.



Traduções (algumas, entre mais de 50):


– Borges por Borges, de Emir Rodríguez Monegal, L&PM, l987.


– O Assassinato de García Lorca, de Ian Gibson, L&PM, l988.


A gula do beija-flor, de Juan Claudio Lechín W., Bertran Brasil, 2006.


Inés de minha alma, de Isabel Allende, Bertrand Brasil, 2007.


A soma dos dias, de Isabel Allende, Bertrand Brasil, 2008.


A ilha sob o mar, de Isabel Allende, Bertrand Brasil, 2010.


Heróis demais, de Laura Restrepo, Companhia das Letras, 2011.


O caderno de Maya, Bertrand Brasil, 2011.


Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, volume I e II, Penguin-Companhia das Letras, 2012.


Novelas exemplares, de Miguel de Cervantes, Cosac Naify, 2015.


Os prêmios, de Julio Cortázar, Companhia das Letras, 2023.


Prêmios:


Prêmio Cyro Martins de Melhor Romance, 1996, para O Emblema da Sombra.


Prêmio Rodolfo Aisen, categoria Jovem Leitor, 1999, da União Brasileira de Escritores, Rio de Janeiro, para O Edifício – Viagem ao Último Andar.


Prêmio Josué Guimarães, na 8a Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo, 1999, para os contos Primeira Comunhão, Um Pedaço de Mulher e Corvos na Chuva.


Bolsa para Conclusão de Obra, de 1999, da Fundação Biblioteca Nacional, do Rio de Janeiro, para o livro de contos Corvos na Chuva. (Júri: Bella Jozef, Antonio Carlos Scchin, Godofredo de Oliveira Neto.)


IX Concurso Nacional de Contos, Prêmio Ignácio de Loyola Brandão, pelos contos Primeira Comunhão e Corvos na Chuva. (Júri: Ignácio de Loyola Brandão, Dionísio da Silva e Guacira Marcondes Machado Leite. Obs.: Pela primeira vez na história desse concurso um mesmo autor classifica dois contos em primeiro lugar. Foram escolhidos entre 2436 contos.)


Finalista no Prêmio Luiz Vilela, 11o Concurso Nacional de Contos, Minas Gerais, 2001, com O Rei da Sanfona.


Menção Altamente Recomendável – FNLIJ 2006 para Amigos da onça


Menção Altamente Recomendável – FNLIJ 2006 para Macacos me mordam!


Indicação ao Jabuti de 2008 por Contos de Morte Morrida


Menção Altamente Recomendável – FNLIJ 2009 para Contos de gigantes


Menção Altamente Recomendável – FNLIJ 2011 para Com mil diabos!


Indicação ao Jabuti de 2011 por Com mil diabos!




Prêmio Açorianos de Literatura de 2014 para No escuro – Mais sete histórias tenebrosas de bruxa.


Prêmio AEILJ de 2021 para Ogros, Categoria Melhor Texto Juvenil.


Menção Altamente Recomendável – FNLIJ 2021 para Ogros.



A CRÔNICA SEMIFINALISTA


EU, OS MAFAGUIFOS E OS DICIONARISTAS


Há tempos, pelo menos umas duas ou três vezes por ano, eu procuro nos dicionários a palavra mafaguifo ou mafagafo. Eu prefiro mafaguifo, porque me dá a impressão de um bicho menor, mais magro e mais frágil. Mas, mafaguifo ou mafagafo, o Caldas Aulete e o Houaiss continuam ignorando soberanamente os coitados e seus ninhos cheios de coitadinhos. Sei, muitas palavras são caça arisca, ou estão à beira da extinção e se escondem nas grotas mais obscuras. Agora, os mafaguifos qualquer criança conhece. Se não conhece, o Juizado de Menores devia chamar os pais pra uma conversa séria. Começa assim, com a ocultação dos mafaguifos, depois segue com a transformação das crianças em projetos de executivos. Daí pro consumismo e pra fotos na ilha de Caras é um passo.

Acho que os mafaguifos mereciam melhor sorte. São uns bichos simpáticos. Não simpáticos e bonitinhos como uma corruíra, na verdade devem ser desengonçados – ao contrário dos mafagafos, que são maiores, elegantes, diria até heráldicos, com aquela gravidade das girafas contra os horizontes ao pôr do sol –, mas de qualquer forma simpáticos. Talvez me causem uma certa pena por causa da magreza extrema, ou sou apenas eu que tenho a impressão de que os mafaguifos fariam o maior sucesso nas passarelas? Essa é a minha dúvida. Consulto os dicionários com a esperança de encontrar uma descrição dos mafaguifos, se têm penas, se botam ovos ou se são mamíferos, se são maviosos ou se guincham ou grunhem ou se, provocados, mijam na gente como zorrilhos ou se fingem de mortos como gambás, ou ainda se causam doenças alucinantes como as mancuspias. Se alguém conhece uma enciclopédia ou almanaque ou site que contenha informações sobre os mafaguifos, se possível com ilustrações, entrem em contato comigo, por favor.

Na minha família, quando a gente topava com alguém muito pequeno e magro, chamava de mafaguifo. Mas duvido que alguém tivesse visto um mafaguifo ao vivo. Nem meu pai e meu avô, que diziam ter visto de tudo, inclusive lobisomem e fantasma. De qualquer forma, a magreza do mafaguifo era um fato. O resto sempre foi um mistério impenetrável. Nem posso garantir que o inseto monstruoso em que Gregor Samsa se transformou não seja apenas um filhote de mafaguifo, talvez de alguma espécie mais primitiva, adaptado ao frio europeu.

Daí que eu começo a sentir algum desprezo pelos dicionaristas. Esses frescos se dão ao trabalho de desenterrar uma palavra como abacto, por exemplo. Você conhece uma pessoa, apenas uma, que tenha dito abacto? Eu não, mas conheço pelo menos umas dez que falam mafaguifo com frequência.

Vou avisando. Se eu encontrar por aí um ninho de dicionaristas cheio de dicionaristazinhos, não tenham dúvida: vou tocar fogo nele. Quero ver se os dicionaristas entendem um dos sentidos da palavra abacto.



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