SOBRE A AUTORA
Patrícia Regadas é natural do Rio de Janeiro. Bacharel em Música - Composição pela Escola Nacional de Música da UFRJ e em Cinema pela Universidade Estácio de Sá – RJ. Pós-graduanda em Psicologia Junguiana pelo Instituto Junguiano de Estudo e Pesquisa – IJEP.
Participou, como compositora, de Mostras e Bienais de Música Contemporânea Brasileira e obteve premiações em concursos de composição para música de câmara. Atuou na pós-produção e restauração sonoras de curtas e longas-metragens brasileiros, obtendo quatro premiações nas categorias de edição e desenho de som. Realizou o curta-metragem “Durvalino” (2005), assinando com roteiro, direção, edição de som e trilha musical e obteve as premiações de melhor filme e melhor roteiro de ficção em Festivais de São Paulo e Minas Gerais (2006).
Alguns de seus poemas foram publicados em antologias como: Poesia BR 2022 – Editora Versiprosa; Sarau Brasil 2022 –Vivara Editora; Antologia Casa Gueto 2022 – Editoras Independentes; Prêmio Off Flip 2023 e 2024 – Editora Selo Off Flip; antologia Nós – textos de autoria feminina 2023 – Editora Selo Off Flip. Semifinalista do Prêmio Internacional Pena de Ouro em 2022 e 2023 – Editora Casa Brasileira de Livros. Semifinalista do 1° Prêmio Prata da Casa 2024 – Editora Casa Brasileira de Livros.
Youtube @patricia.regadas // Instagram @voz.dapalavra
O POEMA SEMIFINALISTA
apetite
na ponta dos pés da querença aguçada eu cresço
avisto a divisa do sexto sentido em uma oitava acima jamais intuída
desprezo as medidas exatas na barra da saia ou nas mangas da bata
pouco me importa se mostram joelhos e braços ou não
e daí se descarto as medalhas ou tralhas guardadas no fundo do armário nas caixas de papelão?
o inquieto criado guardado e esquecido de lado já não me atormenta a ponto de me deter
a despeito da rima
respeito em seu íntimo a poesia pois joga na cara se a mim ofereço e se espera algo de mim
logo
espreito acima das telhas a névoa densa e cega de brancura a se encompridar ao norte e aos picos das cordilheiras
avanço por entre os veios entalhados nas rochas planas amornadas sob a planta firme dos meus pés
de vários tons concebo a memória para abandonar jamais um pedacinho sem cor de alguma história
ao apetecer faminto por não-querer digo sim
no último terço do tempo regresso a pausar
a poder me desconhecer
a reler ao revés de recomeçar a querer
patrícia regadas
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